Nelsinho Laranjeiras

Nelsinho Laranjeiras é baixista, cantor, arranjador, compositor e produtor fonográfico. Possui cinco discos gravados com a banda Veludo.

Aos 17 anos recebeu das mãos de Luiz Gonzaga, o prêmio pela conquista do 1º lugar do Festival de Música do Colégio Zacarias, RJ. Neste mesmo ano, concluiu o Curso de Teoria Musical do maestro Guerra Peixe.

Nelsinho começou cedo, durante o boom do rock progressivo, sendo um dos fundadores do grupo Veludo, ícone brasileiro deste segmento nos anos 1970. O grupo chegou a abrir os shows de Bill Halley e seus Cometas no Maracanãzinho e contou com a participação do tecladista Patrick Moraz da banda inglesa Yes em um show antológico realizado no Teatro Tereza Rachel, RJ (1975).

Como músico, tocou com Zé Rodrix, Raul Seixas e Jorge Benjor, com quem excursionou pela Itália, Portugal e Israel. Na Itália, gravou um clip com Richie Havens (1969). Em Israel, após um dos shows de Jorge Benjor, foi convidado a gravar o CD da cantora israelense Judith Ravitz. Além disso, tocou com Zé Rodrix, Tibério Gaspar, Marcio Montarroyos, Lulu Santos, Paulo Ricardo, grupo Absyntho e foi diretor musical da atriz Sandra Bréa.

Na área de trilhas sonoras, compôs uma das músicas da novela Roque Santeiro (TV Globo, 1985). Também criou e participou da trilha sonora dos premiados filmes Até a Última Gota de Sérgio Resende e Copacabana de José Joflly. Com o cineasta Roberto Moura criou o projeto Socializarte no SESC Tijuca e na FUNARTE, RJ, no qual desvendava os segredos da união da música com o cinema (1980).

Como professor criou, a partir de 1981, o seu próprio método pedagógico ministrando cursos de música em instituições tais como: Escola de Arte e Música, Colégio Brasileiro, Clube Gurilândia, Leme Tênis Clube, Escola New Garden, Escola Conviver, Giffoni Escola de Música etc.

Além disso, produziu e dirigiu vários workshops de música no Rio de Janeiro tais como: Oficina de Canto e Coral no Leme Tênis Clube, Oficina de Produção Fonográfica (CDs, trilhas, cinema e teatro) no NL Digital Studio. Nos SESCs Madureira, Engenho de Dentro, Ramos, São João de Meriti e diversos outros, ministrou a Oficina Interativa Noel Rosa Vida e Obra, Oficina Interativa O Tom da Bossa (história da bossa nova pela ótica de Tom Jobim) e Oficina Interativa Nos tempos da Jovem Guarda.

Atualmente Nelson dirige o espetáculo Gal Costa – Divina e Maravilhosa que vem sendo apresentado em diversos teatros do RJ. 



Com o Veludo

Nelsinho é um dos fundadores do grupo de rock progressivo Veludo (da década de 1970) e está trazendo para a banda Setetenteando, músicas de várias álbuns do Veludo, tais como: Veludeando e Buraco profundo, entre outras.

Nelsinho com a banda Veludo

O Veludo é um dos grupos mais expressivos do rock progressivo da década de 1970. Atualmente, possui cinco CDs lançados: Veludo Ao Vivo (1994), A Re-Volta (2002), Penetrando por Todo Caminho sem Fraquejar (2016), Veludo ao Vivo Duplo (1975 a 2018) e Nascimento e Morte (2023).

A banda surgiu no Rio de Janeiro em 1974 sob a liderança do guitarrista Paul de Castro e do tecladista e compositor Elias Mizrahi. A primeira formação contou ainda com Gustavo Schroeter (ex-baterista da Bolha que posteriormente entrou para a Cor do Som) e Nelsinho Laranjeiras (baixo).

Inicialmente a banda chamava-se Veludo Elétrico e, inclusive, chegou a ter entre seus integrantes: Lulu Santos (guitarra) e Fernando Gama (baixo), os quais saíram para formar a banda Vímana. Outro integrante do grupo foi o baterista Rui Motta que saiu para tocar na banda Os Mutantes. 

O som do grupo era baseado no hard rock e no rock progressivo contando com muita improvisação. A partir dos registros feitos em uma fita K7, foi lançado em 1994, o CD Veludo ao Vivo (1975), produzido por Nelsinho e gravado a partir da apresentação da banda no Festival da Banana Progressiva (SP).

O Veludo, que foi formado a partir da banda que tocava com Zé Rodrix no final de 1973, estreou com muito sucesso no Teatro João Caetano, RJ, em um show que contou, ainda, com a participação das bandas Vímana, O Terço e Os Mutantes. Em um show posterior, o Veludo contou, também, com a participação do ex-tecladista do Yes, Patrick Moraz, que estava no Brasil.

Em 1976, Nelsinho assumiu a liderança da banda após a saída de Paul de Castro (que foi tocar baixo e violino nos Mutantes) e de Elias Mizrahi (que saiu para tocar com Ney Matogrosso e iniciar sua carreira solo). Entre todos os integrantes, Gustavo Schroetter foi o primeiro a sair para tocar com Jorge Ben, Raul Seixas e, posteriormente, fundou o grupo A Cor do Som, no final da década de 1970.

Assim, a partir de 1976, Nelsinho reestruturou o som do grupo e convocou novos integrantes: Ari Mendes, Flavia Cavaca, Afonso Correa e Miguel Pedra tornando o repertório mais eclético e agregando elementos da música brasileira. Elias retornou por algum tempo, mas saiu definitivamente em 1977 enquanto Nelsinho prosseguiu com a banda até a sua dissolução em 1978.

Nos anos 2000, Elias Mizrahi reativou a banda e lançou o disco A Re-Volta. Em 2016, Nelsinho reestruturou a segunda fase da banda e lançou o álbum Penetrando por Todo o Caminho sem Fraquejar. Este CD contou com a participação de Paulinho Muylaert, Flavia Cavaca e Miguel Pedra. O repertório foi o de 1976 o qual nunca havia sido gravado. Para esse projeto Nelsinho convidou, também, os dois filhos do saudoso guitarrista Paul de Castro: Daniel Sili e Diogo Sili.

No início de 2023, foi lançado o último álbum do Veludo, produzido por Nelsinho: Nascimento e Morte. Nesse trabalho ele presta um tributo aos falecidos integrantes Elias Mizrahi e Paul de Castro. Nelsinho reuniu diversos músicos convidados para gravar oito faixas ainda inéditas compostas por ele durante os anos 1970. Além dessas, foram incluídas cinco faixas bônus recuperadas do seu acervo pessoal de fitas de áudio. Essas cinco faixas foram registradas no final dos anos 1970 com as participações de Paul de Castro e Elias Mizrahi.